domingo, 11 de novembro de 2007

Desafio Urbano da DARPA

Terminado o desafio urbano da DARPA, de carros não tripulados capazes de dirigir por 60 milhas (100 quilôemtros) a até 30 milhas/hora (48 km/h), em uma cidade com outros veículos, obedecendo as regras de trânsito da California. O desafio aconteceu de 26 de outubro a 3 de novembro em uma base da Força Aérea na California, utilizada para treinamento de operações urbanas.

O campeão desta vez foi o Boss, da Carnegie Mellon/GM, que levou mais tempo para percorrer o trecho urbano que o Stanley Jr. da Universidade de Stanford, mas sagrou-se campeão pois foi mais aderente às regras da competição. Stanley, precursor de Stanley Jr., da Univ. de Stanford, foi o campeão do desafio off-road sem tráfego urbano realizado em 2005.

O campeonato faz parte de iniciativa da DARPA para desenvolver veículos de combate não tripulados. Espera-se que o esforço resulte também em aplicações civis.

Abaixo trechos de matérias no NY Times e New Scientist sobre o evento. Íntegra disponível (em inglês) nos sites dos veículos.


Crashes and Traffic Jams in Military Test of Robotic Vehicles, NY Times

Excerpts: A Pentagon-sponsored robot race at a former Air Force base here on Saturday revealed that computer-controlled vehicles, at least to date, have failings that are all too human.

The contest, called the Grand Challenge and sponsored by the Defense Advanced Research Projects Agency, or Darpa, featured both robot collisions and robot traffic jams. Yet the event also demonstrated that the state of the art in robotics has reached the point where the most sophisticated autonomous vehicles can now drive comfortably and safely on a city course while surrounded by traffic and other obstacles.


'Aggressive But Safe' SUV Wins Robotic Street Race, New Scientist

Excerpts: The race's objective - for the vehicles to finish without a dent, following California traffic rules precisely, within six hours - was daunting. A minor fender bender, the worst accident on Saturday, drew a collective gasp from hundreds of fans drawn to the abandoned base, situated about 80 miles (130 km) northeast of Los Angeles.

Each robot vehicle appeared to have its own personality. The Carnegie Mellon/General Motors SUV rushed out of the starting gate, while Stanford's Volkswagen, named Junior, was more conservative.


terça-feira, 2 de outubro de 2007

aplicação de Sistemas Multiagentes: defesa

Vídeo com aplicação de Sistemas Multiagentes na defesa de um recurso (um pilar). As imagens são auto explicativas mas vale ressaltar que é muito interessante como os defensores bloqueiam o invasor e se auto organizam com a entrada/saída de novos defensores.

http://cs.gmu.edu/~mpotter/pubs/ppsn06.mov (8,7Mb)
ou http://cs.gmu.edu/~mpotter/pubs/ppsn06.avi (23Mb)

De autoria do grupo de pesquisa de M. Potter, co-autor do CCGA (Coevolutinary Cooperative Genetic Algorithm), um algoritmo genético coevolutivo.

Fuzzy Systems Engineering: Toward Human-Centric Computing

Professor lança obra sobre inteligência computacional e sistemas voltados para a solução de problemas de engenharia

Teoria de conjuntos nebulosos é tema de livro publicado nos EUA

CARMO GALLO NETTO

O professor Fernando Gomide da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação: debate entre o ser ou não ser cartesiano (Foto: Antôninho Perri) Acaba de ser lançado nos Estados Unidos pela editora Wiley, em colaboração com o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), o livro Fuzzy Systems Engineering: Toward Human–Centric Computing, de autoria do professor Fernando Gomide, do Departamento de Engenharia de Computação e Automação Industrial (DCA) da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp. O professor Witold Pedrycz, da Universidade de Alberta, Canadá, é co-autor do livro, que em suas 526 páginas aborda a teoria de conjuntos nebulosos.

Teoria surgiu em 1965 nos EUA

A noção de conjuntos nebulosos surgiu para ampliar a teoria e metodologia e solucionar problemas em áreas da engenharia elétrica e de computação relacionadas a sistemas inteligentes, inteligência artificial, sistemas de processamento de informação e de decisão.

Para explicar do que trata a teoria que surgiu em 1965, criada pelo professor Lotfi Zadeh, da Universidade da Califórnia, Berkeley, e que deu origem ao Fuzzy Systems Engineering, o professor Gomide lança mão de analogias. Segundo ele, a questão nasce do debate entre o ser ou não ser cartesiano.

Na opinião do docente, as ciências são essencialmente cartesianas – uma coisa ou é branca ou preta, verdadeira ou falsa, e não se contemplam as nuances. A observação mostra que as ocorrências não se dão somente dessa forma – o mundo admite verdades, falsidades, meias verdades, meias falsidades etc.

Por exemplo, pela teoria clássica dos conjuntos, um copo estará cheio ou vazio, sem toda a gama de possibilidades intermediárias, incluindo o caso de meio cheio ou meio vazio, como um copo com água pela metade. Estas variações, não-contempladas pela teoria clássica dos conjuntos, passaram a ser abordadas com a utilização da teoria dos conjuntos nebulosos, referência à palavra inglesa fuzzy, que sugere a idéia de transição gradual entre o ser e o não ser (a transição de um copo vazio a um copo cheio de água é gradual), pertencer ou não pertencer a um conjunto (conjuntos dos copos cheios e conjunto dos copos vazios) etc.

Isso permite, explica o docente, a representação formal de grandezas e conceitos imprecisos e incertos, de pertinência gradual, e abre mão da dicotomia cartesiana. Até recentemente, não se tinha um aparato formal para tratar dessas questões.

Essa representação matemática é usada, diz Gomide, em um sistema de computação para modelar e controlar processos, para analisar informação e tomar decisão, ou fazer um robô navegar de forma autônoma utilizando sensores e visão computacional. O pesquisador acrescenta, com certa ironia: "dá respostas precisas para fenômenos imprecisos, por paradoxal que possa parecer".

A respeito da obra, Gomide diz que o livro trata dos princípios básicos da teoria dos conjuntos nebulosos e se estende por alguns estudos de caso feitos por ele e outros pesquisadores. "Vários capítulos transpiram as pesquisas que realizamos e apresentam em primeira mão trabalhos ainda não divulgados em periódicos. Consideramos a obra consistente com o estado da arte".

Embora a publicação tenha como alvo a engenharia elétrica, computação e áreas correlatas, atende também os interesses de áreas como logística, gestão, transporte, modelagem, controle e otimização de processos industriais, economia e biologia.

Modelos econômicos e biológicos se encaixam no contexto de sua abordagem, pois utilizam noções e conceitos relacionando variáveis cujos valores não são necessariamente precisos. Para o autor, com os sistemas nebulosos podem ser criados os chamados modelos lingüísticos. Se um sistema tiver seu funcionamento descrito lingüisticamente, a descrição pode ser traduzida em algoritmos utilizando a teoria dos conjuntos nebulosos, o que possibilita seu uso computacional.

A teoria de conjuntos nebulosos tem importância considerável na sumarização e compactação de informação. Gomide explica: "Ao avaliar o conforto térmico de um ambiente, geralmente, atribuímos a ele sensações como muito frio, frio, agradável, quente, muito quente. Termos lingüísticos como 'agradável', por exemplo, encapsulam um número grande de valores de temperatura, compactando e sumarizando a informação".

A teoria de conjuntos nebulosos permite, continua o docente, representar termos lingüísticos matematicamente através de funções de pertinência, que na realidade são sinônimos de conjuntos nebulosos, e processar conhecimento lingüístico. "Com isso, obtemos mecanismos e algoritmos para computar com palavras, variáveis com valores imprecisos e implementar procedimentos de raciocínio aproximado. Obtém-se, assim, maior tratabilidade e robustez na solução de problemas complexos".

O convite – Fernando Gomide lembra que, a partir de meados da década de 90, as atividades com inteligência artificial se intensificaram na FEEC. Desde então, aumentaram as participações em congressos, surgiram oportunidades de desenvolvimento de trabalhos de cooperação com o exterior e adensaram-se as relações com a comunidade internacional.

Esse contexto possibilitou que, ao fazer a sugestão da publicação da obra à editora, a comunidade científica internacional lhe associasse também o nome do professor Fernando Gomide e do seu colega canadense Witold Pedrycz, com quem comunga pontos de vistas comuns.

Convidados pela editora, os autores apresentaram projeto aprovado por revisores internacionais, a exemplo do que ocorre com os artigos submetidos a periódicos, e executaram a obra em cerca de dois anos. O professor Gomide entende que o delinear desse caminho envolve muitos atores: os colegas de departamento, da FEEC e da Unicamp como um todo, alunos de graduação e pós-graduação, a Fapesp, o CNPq, além da família e amigos.

Em relação à obra, o autor enfatiza: "Hoje, até onde vai meu conhecimento, não existe algo no gênero, porque os livros em circulação estão um pouco defasados. Estamos próximos do estado de arte e talvez nos mantenhamos assim por uns dois anos, pois previsões para além são difíceis", constata.

A abordagem está voltada para a desmistificação, apresenta muitos exemplos que ajudam a compreensão, sempre que possível introduz algoritmos para mostrar a aplicação prática, foi organizada de forma distinta do usual e traz uma bibliografia bastante atualizada.

Ele considera que o aspecto didático é fundamental em uma obra produzida por um professor: "É um livro escrito para alunos, profissionais e professores que querem estudar, aprender o assunto e aplicar os conceitos e idéias nas respectivas áreas de interesse. Contém itens com abordagens mais avançadas para estimular a pesquisa e o desenvolvimento, mas na essência trata-se de um livro-texto", afirma.

Projetada para utilização nos últimos anos de cursos de graduação e no inicio da pós-graduação em engenharia e áreas correlatas, a obra exige conhecimentos básicos de cálculo e álgebra linear inerentes a esses cursos e áreas afins.

fonte: Jornal da Unicamp

livro no site editora Wiley (sumário, índice e primeiro capítulo disponíveis)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

G1: Gato robótico é capaz de expressar emoções

notícia do portal G1

Gato robótico é capaz de expressar emoções

Máquina desenvolvida na Holanda melhora interação entre robôs e humanos.
Entre as 22 emoções pré-definidas estão raiva, esperança, medo e alegria.
 

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Le Monde: Os robôs estão aprendendo as emoções humanas

Este artigo que apareceu no Le Monde de 23 de junho está relacionado à Affective Computing, ou "Computação Afetiva" que podemos relacionar à IA e aos agentes.

O artigo cita a HUMAINE, rede de pesquisa criada na Europa para congregar interessados no assunto:
http://emotion-research.net/

Os robôs estão aprendendo as emoções humanas

As próximas gerações de autômatos serão capazes de reconhecer e manifestar emoções; os primeiros deverão surgir por volta de 2010

De Pierre Le Hir

Vamos imaginar uma pequena cena da vida cotidiana. Estressado por uma jornada estafante, você retorna do trabalho de péssimo humor. Tom, o seu robô doméstico, que percebeu a sua contrariedade, se desdobra para lhe fazer todas as gentilezas possíveis: ele entoa uma música alegre, ensaia alguns passos de dança próprios para incitá-lo a dar boas gargalhadas, aproxima-se de você para massagear as suas costas. Mas, decididamente furioso, você lhe dá um chega para lá, com um brutal: "Me deixe em paz!" Magoado, Tom cruza os braços e sai da sala para remoer a sua tristeza num canto. Daqui a pouco -dentro de mais alguns anos, não mais-, esta situação não terá mais nada de futurista.

Tradução: Jean-Yves de Neufville

continua no UOL (para assinates)

ou no original em francês (2 euros)

Les robots apprennent les émotions humaines

Article publié le 23 Juin 2007
Par Pierre Le Hir
Source : LE MONDE
Taille de l'article : 870 mots

Extrait : Des automates capables de détecter et d'exprimer des affects sont en gestation dans les laboratoires. Bruxelles vient de lancer un programme de recherche. Petite scène de la vie quotidienne. Stressé par une journée éprouvante, vous rentrez du travail de méchante humeur. Tom, votre robot domestique, qui a perçu votre contrariété, fait assaut de prévenances : il entonne une chansonnette joyeuse, esquisse quelques pas de danse propres à vous dérider, s'approche pour vous masser le dos. Décidément furibard, vous le rembarrez d'un brutal : « Fiche-moi la paix ! » Peiné, Tom croise les bras et s'en va bouder dans un coin. D'ici peu - quelques années tout au plus -, ce scénario n'aura plus rien de futuriste.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Romance sobre o "Turco Mecânico"


O "Turco Mecânico", sobre o qual já postei comentando artigo no Le Monde Diplomatique rendeu romance que mistura história e ficção, como descreve a resenha da Veja reproduzida no site desta livraria.

É ler para crer. Ainda que este tipo de mistura costume deixar a dúvida entre o que pertence à história e o que o autor criou...

Abaixo a sinopse do livro, da mesma livraria, onde está disponível o seu primeiro capítulo bem como o original em alemão "Der Schachautomat", por um preço menor que o da tradução.

A Máquina de Xadrez
LOHR, ROBERT
Editora Record

Séculos antes de o computador vencer partidas de xadrez, outra máquina já mostrava que o xeque-mate é uma jogada de mestre. No século XVIII, o barão Wolfgang Von Kempelen encantou toda a Europa com o que parecia a primeira máquina inteligente; um autômato vestido de turco, invencível diante de um tabuleiro. O mistério persistiu até descobrirem que o responsável pelos movimentos era um anão, escondido dentro da formidável estrutura de madeira que se tornou uma das maiores fraudes da história. Invento que existiu de fato, a máquina de xadrez encantou a corte da Imperatriz Maria Teresa, da Áustria e da Hungria, e mereceu até um texto do mestre do suspense e terror Edgar Allan Poe. Material perfeito para um romance histórico repleto de intriga e mistério. Revelação da literatura contemporânea alemã, o jornalista Robert Löhr estréia no mundo das letras resgatando a história de um invento que pôs em xeque a nobreza européia. Nesta obra, acompanhamos a trajetória do barão Kempelen em busca de um truque que encantasse a imperatriz, enquanto se dedicava a seu verdadeiro intento; a construção de uma máquina capaz de falar. O encontro com o anão Tibor Scardanelli, hábil na movimentação de reis, rainhas, bispos e torres, logo lhe forneceu meios para que seu robô jogador de xadrez desviasse toda a atenção de suas pesquisas.